Amor, amor...

No âmbito de uma sessão do Projecto Afectivo-Sexual da nossa escola, fomos convidados pela coordenadora desse projecto a realizar uma pesquisa e a preparar um debate sobre os vários tipos de Amor. A nossa Directora de Turma incentivou-nos a ir mais longe e, em grupo, preparámos trabalhos bastante completos. Das nossas pesquisas, destacamos esta história recolhida pelo grupo da Ana Carvalho, da Ana Teles, da Ana Freitas, da Catarina Moscatel, da Joana Couto, do Luís Macedo e do Ricardo Ponte que, na nossa opinião, resume bem o que deve ser o Amor.

Lenda dos Índios Sioux
Conta uma velha lenda dos índios Sioux, que uma vez chegaram até à tenda do velho bruxo da tribo, de mãos dadas, Touro Bravo, o mais valente e honrado dos jovens guerreiros, e Nuvem Azul, a filha do chefe e uma das mais formosas mulheres da tribo...
-Amamo-nos...-começou o jovem.
-E vamo-nos casar...-disse ela, e queremo-nos tanto um ao outro que temos medo... Queremos um feitiço ou um talismã, algo que nos garanta que podemos estar sempre juntos, que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até encontrar a Morte.
-Por favor,-repetiram-há algo que possamos fazer?
O velho olhou-os e emocionou-se ao vê-los tão jovens, tão enamorados e tão ansiosos à espera das suas palavras..
-Há algo...-disse o velho,-mas não sei, porque é uma tarefa muito difícil e sacrificada... Nuvem Azul...-disse o bruxo-vês o monte ao norte da nossa aldeia?Deves escalá-lo sozinha e sem armas para além de uma rede e das tuas mãos. Deverás caçar o falcão mais formoso e vigoroso do monte. Se o apanhares,deverás trazê-lo aqui com vida ao terceiro dia depois da lua cheia, compreendeste? E tu,Touro Bravo,-continuou o bruxo-deverás escalar a montanha do trono. Quando chegares lá acima, encontrarás a mais brava de todas as águias e, só com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la sem a ferir e trazê-la perante mim, viva, no mesmo dia em que virá a Nuvem Azul... Saiam agora!
Os jovens abraçaram-se com ternura e logo partiram para cumprir a missão encomendada, ela para norte e ele para sul.
No dia estabelecido, frente à tenda do bruxo, os jovens esperavam com as bolsas que continham as aves solicitadas.
O velho pediu-lhes que, com muito cuidado, as tirassem das bolsas. Eram exemplares verdadeiramente formosos...
-E agora que faremos?-perguntou o jovem-Matamo-los e bebemos a honra do seu sangue?
-Não-disse o velho.
-Cozinhamo-los e comemos o valor da sua carne?-propôs a jovem.
-Não,-repetiu o velho,-farão o que vos digo:segurem as aves e atem-nas entre si pelas patas com estas tiras de couro. Quando estiverem atadas, soltem-nas e que voem livres....
O guerreiro e a jovem fizeram o que se lhes pedia e soltaram os pássaros. A águia e o falcão tentaram levantar voo, mas só conseguiram rebolar pelo solo. Uns minutos depois, irritados com a sua incapacidade, as aves começaram a picar-se e a ferir-se uma à outra.
- Este é o feitiço,-disse o velho-Jamais esqueçam o que viram. Vocês são como a águia e o falcão. Se se atam um ao outro, ainda que o façam por amor, não só viverão arrastando-se, como para além disso, mais tarde ou mais cedo, começarão a ferir-se um ao outro... Se querem que o vosso amor perdure, VOEM JUNTOS, MAS JAMAIS ATADOS".